Já te aconteceu olhares ao espelho e sentires que há algo diferente, mas não saberes bem o quê?
Pois bem, há momentos no processo de desenvolvimento pessoal assim como em todas as mudanças em que já deixaste de ser quem eras, mas ainda não sabes bem quem és agora. É como trocar de pele, assim como as cobras fazem! A antiga já não te serve, mas a nova ainda está sensível, em fase de adaptação.
O mais engraçado e curioso, é que às vezes, o mundo à tua volta, as pessoas que te rodeiam já te reconhecem como essa nova versão! As pessoas começam a dizer: “Estás diferente ou estás mais confiante, mais calmo,, mais tu”. Por vezes comentam o que para elas já é visível que para ti ainda não é, mas alinhado com o que tu te propuseste a ser! Aí, tu sorris, mas por dentro pensas: “Será? Eu ainda me sinto tão perdido., eu ainda não vejo!“
O que sentes é normal, acontece porque mudar é uma coisa, mas integrar a mudança é outra. Transformar hábitos, curar feridas, rever crenças ou expandir a consciência, tudo isso são movimentos de grande coragem, mas há uma fase menos glamorosa nesta caminhada: a integração.
É uma fase em que já não te encaixas no velho, mas ainda não dominas o novo! É uma zona cinzenta, desconfortável e confusa, mas necessária!
As fases da adaptação (sim, vais passar por elas)!
A tua verdade interior, a primeira pele começa a rachar. Aquilo que antes fazia sentido já não faz. Algumas relações, rotinas, ambientes… tudo começa a pesar. É aqui que começas a sair da tua velha identidade. E dói. Porque dá medo largar o conhecido. Toda a mudança começa no espírito ou no Eu superior, a voz da tua alma. Aqui tu sabes o que é certo para ti, é o teu campo da verdade interior. Sabes o que precisas fazer e o que seria certo para ti.
A racionalização, nesta fase vem o processo mental, é quando tu captas a mensagem do teu “espiritual” e começas a racionalizar, a questionar se faz sentido e começas a organizar e definir os planos de como por em prática. Aqui começou todo o teu diálogo interior, os conflitos do ego e da tua consciência.
O mergulho, aqui, como em tudo há duas opções ou decides agarrar o “touro pelos cornos” ou decides ficar no mesmo sítio. Se for esta a tua escolha não te sintas mal, é muito comum, sermos capaz de embarcar numa viagem que sabemos que será dolorosa é difícil. Se optaste por seguir, superando os obstáculos e partindo o teu ego em fanicos, mergulhas no fundo do poço, sem botija de ar, sem saber se consegues vir ao cimo, a única coisa que te sustenta é quem te guia com a certeza de que esses incondicionais te trarão à tona, à tua essência, sem data, sem hora prevista de chegada, mas com a certeza de que chegarás!
Estás no meio da ponte. Já largaste um lado, mas ainda não pisaste com firmeza o outro. É aqui que a ansiedade aperta. As certezas desaparecem. Mas também é onde há mais espaço para criar algo novo. É uma espécie de terra de ninguém… mas tua.
Chega a Integração, depois deste mergulho e já capaz de ver um pouco da luz a raiar no meio das águas escuras entras no emocional e no corpo sentido, aqui mais lento e em processo de ajuste, mesmo sabendo que existe um novo eu, uma nova versão, um upgrade, a vontade, o apego e o medo ainda vagueiam em modo de esgrima pelo campo das emoções. É como se um software de spam mental e emocional ainda bloqueasse o teu alinhamento entre o ser e o ver que sou!
Depois entras na tal integração, na consolidação do novo eu, processo físico, onde consolidas a tua nova identidade, onde o corpo, os hábitos e a matéria concretizam a mudança, solidificam a tua nova versão para os outros, em primeiro lugar e por fim para ti! Apesar de perto da glória esta fase não é por si mais leve, é estranha e desconfortável, mas raiada de sensações de conquista e orgulho!
Desafio-te; olha para ti agora, que partes tuas já mudaram e ainda não te apercebeste? Que hábitos antigos estás a tentar encaixar numa versão tua que já não existe?
A troca de pele é inevitável para quem escolhe evoluir. Mas não te esqueças: não basta mudar. É preciso assumir quem estás a tornar-te!
Sim, é desconfortável.
Sim, vais duvidar de ti.
Sim, algumas pessoas vão estranhar. Outras vão afastar-se. E está tudo bem!
Mas também te vais surpreender contigo. Vais descobrir forças novas, vontades mais puras, e uma clareza que antes era inimaginável.
A pergunta que te deixo é simples: Até quando vais tentar voltar para uma pele que já não é tua?